Servidores do Conselho Regional de Medicina do Pará protestam contra assédio moral na entidade

Publicado em por em Belém, Pará, sindicalismo

Servidores do Conselho Regional de Medicina do Pará protestam contra assédio moral
Sede do CRM do Pará, em Belém: protesto marcado para hoje. Foto: reprodução

O Sindicato dos Trabalhadores em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional do Estado do Pará (Sindicopa) realiza nesta segunda-feira (5), a partir das 11h, uma manifestação em frente à sede do CRM-PA (Conselho Regional de Medicina), em Belém.

O ato é para chamar a atenção da sociedade quanto às práticas contínuas de assédio moral que a categoria vem sofrendo da atual gestão, nos últimos anos. A prática foi alvo de ação judicial, que teve decisão favorável aos trabalhadores na Justiça do Trabalho. 

O Sindicopa denunciou a gestão do Conselho Regional de Medicina por uma série de violações dos direitos dos trabalhadores, entre elas obrigá-los a aceitar o Plano de Cargos e Salários, com redução de direitos; adesão a um novo plano de saúde com menor cobertura, excluindo os servidores que atuam em delegacias no interior do estado e redução no valor pago pela participação em reuniões de processo licitatório.

Violações graves

Entre as denúncias mais graves, está a determinação de trabalharem durante o lockdown, na pandemia de covid-19.

“Mesmo com a determinação de trabalho home office para todos os Conselhos, a gestão obrigou os servidores a trabalhar presencialmente em Belém, alegando se tratar de uma atividade essencial, fazendo mais uma vez com que o sindicato acionasse a Justiça do Trabalho para reverter essa violação, sendo o pleito acolhido e determinado que os funcionários do CRM-PA ficassem em home office durante todo o período de bandeiramento preto”, denuncia o vice-presidente do Sindcopa, Allan Michel.

Michel ressalta também que houve suspensão de grande parte das fiscalizações realizadas pelo órgão.  “Essa decisão ocorreu principalmente em razão de a maioria dos médicos que fazem essas fiscalizações serem idosos, com maior risco de agravamento da covid-19, então não havia motivo para seguir em trabalho presencial colocando em risco a vida dos trabalhadores, nem dessa atividade, nem da istrativa”, pontua.

Danos morais e coletivos

A ação teve parecer favorável aos trabalhadores em duas instâncias da Justiça do Trabalho. Em acórdão proferido, em 25 de março, o TRT da 8ª Região, ratificou a decisão de primeiro grau e condenou Conselho Regional de Medicina a:

  • Abster-se de práticas de assédio moral contra os trabalhadores;
  • Restabelecer a assistência médica que fornecida anteriormente;
  • Restabelecer o pagamento de R$ 100, por participação de reunião de processo licitatório;
  • Deixar de considerar injustificável a ausência ao trabalho por consulta médica;
  • Pagamento de indenização de R$ 5 mil, por danos morais individuais e de R$ 50 mil por danos morais coletivos, reversível ao Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, sob pena de multa diária de R$1 mil, limitada a R$30 mil. Essa decisão ainda é ível de recurso nos Tribunais Superiores.

“A situação enfrentada pelos empregados, conforme denunciado na ação judicial, é extremamente grave. Nossa expectativa é que a decisão proferida pelo TRT da 8ª Região seja mantida, como forma de garantir a reparação devida aos trabalhadores que tiveram seus direitos violados.”, enfatiza Allan Michel.

Paralisação e serviços

A agenda de paralisações da categoria acontecerá durante todo o mês de maio, sempre uma vez por semana, com duração de duas horas. A cada semana o sindicato informará qual o dia do ato. O vice-presidente do Sindicopa explica que, mesmo em paralisação, nenhum serviço será prejudicado. O Conselho Regional de Medicina realiza atendimentos de registro médico, de clínicas, fiscalização e denúncias em geral e todos estarão funcionando normalmente.

“O objetivo da manifestação não é comprometer as atividades do CRM do Pará, as quais serão mantidas normalmente, mas tornar públicas as denúncias de assédio moral continuado praticado pela atual gestão. Trata-se de um ato pacífico, legítimo e necessário para dar visibilidade à situação enfrentada pelos trabalhadores. Diante da gravidade dos fatos e da ausência de medidas internas eficazes, não restou alternativa senão recorrer ao Poder Judiciário, na busca de garantir a proteção da dignidade e dos direitos dos envolvidos.”, destaca o vice-presidente do sindicato.

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