Com Zé Maria, Santarém afunda ainda mais na atenção básica à saúde, aponta governo federal

Publicado em por em Pará, Política, Santarém

Com Zé Maria, Santarém afunda ainda mais na atenção básica à saúde, aponta governo federal
Interior do hospital municipal de Santarém. Foto: JC

Santarém (PA) caiu ainda mais no ranking do Pará de desempenho em atenção primária à saúde. Dados do Ministério da Saúde, programa Previne Brasil, relativo ao primeiro quadrimestre deste ano (governo Zé Maria), apontam que o terceiro município do estado caiu 7 posições em relação ao último quadrimestre de 2024 (governo Nélio Aguiar).

Agora, Santarém ocupa a 108ª posição do ranking (ISF, Indicador Sintético Final, 6.09); no final do ano ado, estava na 101ª posição (ISF 6.63).

Entre os municípios do Baixo Amazonas, caiu para 11ª para 13ª colocação (último lugar). Óbidos lidera o ranking na região.

O que é APS

A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de contato com o Sistema Único de Saúde (SUS), representando a principal porta de entrada para o cuidado em saúde. Ela oferece atendimento abrangente, ível e baseado na comunidade, com foco na promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, além da gestão qualificada da saúde.

🔍 Radiografia da APS em Santarém

📌 Principais deficiências (2025)

  1. Internações Evitáveis (Nota: 15/100)
    • Problema: Superlotação do hospital municipal (única referência para 306 mil habitantes).
    • Exemplo: Pacientes com diabetes descompensado ocupando leitos por falta de acompanhamento nas UBS.
  2. Hipertensão (Nota: 21/100)
    • 47% das UBS sem medicamentos anti-hipertensivos em estoque (dados Semsa 2025).
    • Fila de espera para consultas: 28 dias (média).
  3. Pré-Natal (Nota: 60/100)
    • 32% das gestantes da zona rural fazem menos de 4 consultas (meta: 6+).
    • Concentração de ginecologistas apenas na zona urbana.

📉 Razões da queda

1. Subfinanciamento Crônico

  • Gasto per capita em APS: R$ 298/ano (vs. R$ 401 em Ananindeua).
  • SUS-dependente: 92% dos atendimentos vinculados ao sistema único.

2. Desequilíbrio Urbano-Rural

  • Zona Urbana:
    • 18 UBS para 210 mil habitantes (1 UBS para cada 11.700 pessoas; ideal: 1/10.000).
  • Zona Rural:
    • 68 comunidades ribeirinhas sem o mensal a equipes volantes.

3. Gestão Fragmentada

  • Rotatividade de secretários: 8 gestores em 3 anos.
  • Falta de prontuário eletrônico: 63% das UBS usam sistemas desconexos.

4. Comparação com Outros Grandes Municípios

IndicadorSantarémAnanindeua (22º)Belém (89º)
Médicos/1k hab.0.70.91.1
Leitos APS/10k hab.3.25.84.5

Paradoxo

Santarém vive um paradoxo: é o 3º maior PIB do Pará, mas amarga o último lugar em atenção básica na sua região, com gargalos que vão da falta de médicos à gestão descontinuada.

Ananindeua, segundo maior município do estado, gasta R$ 401/hab/ano em APS e ocupa a 22ª posição estadual. Belém, a capital, investe R$ 352/hab/ano e está em 89º lugar.

Confira os números do Pará no Previne Brasil, 1º quadrimestre de 2025.

O juiz Claytoney Ferreira em inspeção judicial ao HMS por conta do caos na saúde pública em Santarém. Foto: arquivo JC

— O JC também está no Telegram. E temos ainda canal do WhatsAPP. Siga-nos e leia notícias, veja vídeos e muito mais.


Publicado por:

One Response to Com Zé Maria, Santarém afunda ainda mais na atenção básica à saúde, aponta governo federal

  • Hum…..com o médico pipoqueiro conduziu a saúde a condição de caos, imaginem com o foguete sem piloto?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *